Queridos leitores do Profeta Diário!
Preparem-se para uma jornada pela mente de um homem que muitos chamam de líder. Um herói. Um salvador. Mas as aparências, ah, as aparências... elas são tão traiçoeiras, não são? E hoje, a figura que irá brilhar sob a luz incandescente da verdade não é ninguém menos que Robert S. Winchester, o atual Ministro da Magia, um homem cuja história é bem mais obscura do que seu discurso charmoso e seus encantadores olhos verdes deixam transparecer.
Documentos confidenciais — sim, sim, meus amores, diretamente do coração do Ministério, de uma fonte anônima (e deliciosamente corajosa) — revelam uma faceta do Ministro que, até agora, permaneceu enterrada sob camadas de segredos. Preparem-se, pois a verdade tem um gosto amargo... e eu estou aqui para servi-la com toda a intensidade que vocês merecem.
Vamos direto ao ponto. Robert S. Winchester, aquele mesmo menino sequestrado aos 12 anos pelos Comensais da Morte sob o comando de Antony Darliguv, não era simplesmente uma vítima dos eventos terríveis que todos nós conhecemos. Não, meus caros. Sua ascensão meteórica ao poder não foi fruto do acaso, nem da bravura que tanto admiramos. Foi forjada nas trevas, banhada em sangue e alimentada pela dor de incontáveis inocentes.
A história começa como um conto de horror. Após ser forçado a abrir os misteriosos Jardins de Salazar, Robert despertou o Basilisco, uma criatura tão antiga quanto letal, domada apenas pela força mágica de sua linhagem. Um ato aterrorizante, sim, mas até então, parecia que ele estava apenas cumprindo ordens, certo? Afinal, sua vida e a de seus amigos estavam em risco. Porém, conforme mergulhei mais fundo nos documentos, percebi que havia algo mais... algo muito mais sinistro.
Robert, aos 13 anos — uma criança, eu lhes pergunto! — tomou a decisão impensável: começou a usar o Basilisco como uma arma de terror. Sob o pretexto de "se infiltrar ainda mais nos círculos de Darliguv", ele ordenou que a criatura atacasse vilarejos trouxas e bruxos. No início, os ataques eram esporádicos, quase que atos de aviso: algumas aparições aqui e ali, propriedades destruídas, mas nada muito alarmante. Uma pequena amostra do poder que ele poderia exercer, talvez?
Mas logo, meus amores, os ataques se tornaram algo muito mais violento. As investidas começaram a deixar um rastro de morte e destruição. Vilarejos inteiros dizimados. Famílias destroçadas. Tanto bruxos quanto trouxas se tornaram vítimas dessa fúria desenfreada, e o número de mortos cresceu de forma assustadora. Os relatórios não fornecem uma contagem exata — o que não surpreende, pois, claro, o Ministério nunca admitiria tamanha carnificina nas mãos de um adolescente! —, mas as estimativas apontam para centenas de mortos e milhares de feridos ao longo dos anos. Acreditem, não é um número que se pode ignorar.
E pensem nisso: Robert tinha apenas 13 anos quando tudo começou. Uma mente jovem, sim, mas já suficientemente sombria para ordenar tamanha devastação. Ele não apenas permitiu que o Basilisco atacasse vilarejos indefesos — ele ordenou. Uma decisão deliberada, estratégica, e fria. Claro, o Ministério, na época, justificava suas ações dizendo que ele estava cada vez mais próximo do alto escalão de Darliguv, infiltrado nas trevas para "salvar o mundo bruxo". Mas será que essa é realmente a verdade?
Meus amores, a questão aqui é outra. Por que um menino de 13 anos, por mais pressionado que estivesse, escolheria o caminho do terror? O que passava por sua mente enquanto vilarejos ardiam em chamas e corpos caíam? Seria uma questão de sobrevivência? Ou algo mais profundo, mais perturbador... uma sede insaciável por poder?
Os relatórios sugerem duas explicações: ou Robert estava sendo influenciado pela ligação criada com o Basilisco, uma criatura com uma aura de pura destruição e morte, ou ele foi, desde o início, consumido por uma ambição desmedida, usando seu papel de agente duplo para, na verdade, trilhar seu próprio caminho para o poder. Qual delas parece mais plausível? A escolha é de vocês, meus adoráveis leitores.
Mas, aqui vai o detalhe mais perturbador de todos: mesmo sabendo dos atos atrozes de Robert, o Ministério da Magia — sim, aquele mesmo que nos promete segurança e transparência — preferiu manter o plano ativo. Em vez de interromper as ações do jovem Winchester, eles permitiram que ele continuasse a devastar vilarejos e matar inocentes. Por quê? Porque Robert, cada vez mais próximo de Darliguv, estava se tornando uma arma valiosa nas mãos do Ministério. Controlar um Basilisco, manipular as trevas... tudo isso poderia, eventualmente, ser usado a favor do governo, não é? Afinal, qual é o preço de algumas vidas quando o destino do mundo bruxo está em jogo?
Leitores, não há nada mais insidioso do que a aliança entre poder e escuridão. Robert S. Winchester, o menino que um dia foi vítima, rapidamente se tornou algo muito mais perigoso: um mestre das trevas, moldado pela ambição e protegido por um sistema que preferiu ignorar os gritos das vítimas em nome de um objetivo maior.
Agora, como Ministro da Magia, devemos nos perguntar: o que resta daquele jovem que comandava o Basilisco? Quais segredos ainda espreitam nas profundezas de sua alma? E até que ponto o Ministério está disposto a encobrir as atrocidades do passado para preservar sua posição atual?
Essas são perguntas que precisamos fazer — e logo. Porque se há algo que esses documentos nos mostram, é que Robert Winchester não é apenas um homem de poder. Ele é um homem forjado nas sombras, com um passado marcado pelo sangue de inocentes. E as trevas, meus amores, nunca desaparecem por completo.
Mas não se preocupem, Selene Lefèvre Dubois está aqui para garantir que essas verdades sombrias não fiquem enterradas. Há muito mais por vir, e prometo que esta história, meus queridos, está apenas começando.
Matéria por Selene Dubois
Edição: Setembro de 2058