Meus caros leitores,
Vocês acham que já viram tudo? Que conhecem o limite da crueldade e da traição? Ah, mas o que eu tenho a lhes contar hoje vai além de qualquer expectativa. Uma história que, se contada em qualquer outro momento, seria impossível de acreditar. Mas, como sabem, meu trabalho é expor as verdades, e a verdade, como sempre, é mais sombria do que qualquer ficção.
Robert S. Winchester, o nome que reverbera no mundo bruxo como um eco de medo, ambição e, claro, traição. O que eu trago hoje é um ato tão impensável, tão frio e calculado, que faria até o mais cruel dos vilões parecer um mero amador. Porque, meus queridos, o que Robert fez a seguir foi mais do que um assassinato. Foi um ato de desolação. Uma quebra do mais profundo vínculo de confiança, de amor e lealdade. Ele matou quem o acolheu como filho. E esse homem não era qualquer um, não. Ele era Victor Blackheart.
Ah, Victor Blackheart… Um nome que muitos de vocês podem reconhecer, mas poucos compreendem realmente. Victor foi o homem que salvou Robert quando ele ainda era apenas um bebê, mal tendo aprendido a falar, muito menos a andar. Victor foi o homem que, na noite do ataque de Darliguv à família Winchester, pegou o pequeno Robert nos braços e o levou para a segurança, mantendo-o protegido enquanto a casa de sua família se desintegrava em chamas. Ele foi mais do que um salvador, foi um mentor, um pai. Ele trouxe Robert para Hogwarts, ensinou-lhe os caminhos da magia, o guiou e, sim, até o moldou para se tornar o homem que Robert deveria ser.
Então, imaginem, meus amores, o choque que é ouvir que, na véspera do maior ataque que o mundo bruxo já conheceu — a histórica Batalha de Hogwarts — Robert, o próprio "herdeiro das trevas", foi até a residência de Victor Blackheart e, com a frieza de um assassino profissional, matou aquele que o criou, aquele que lhe deu tudo.
Era uma noite tranquila, como qualquer outra, antes da grande tempestade. Mas, como sempre, os planos de Robert não são visíveis a olho nu, ele, com a mente já enredada em suas próprias estratégias, decidiu que a morte de seu mentor era a peça final que ele precisava para garantir sua vitória total.
Victor Blackheart, que, como mencionei, o havia acolhido como um filho, provavelmente não sabia o que o aguardava. Sabemos, pelos relatórios do Ministério, que não houve sinais de luta na cena do crime. Nenhum vestígio de resistência. Nada que sugerisse que Victor tivesse tentado se defender, o que, por si só, é um indício de que ele sabia o que estava prestes a acontecer. Victor não foi ingênuo. Ele soubera que o fim estava próximo. Sabia, em algum canto sombrio de sua alma, que Robert, aquele que ele cuidou e moldou, não hesitaria em matá-lo se fosse necessário para alcançar seus próprios objetivos.
O relatório aponta que a arma utilizada foi uma adaga — pequena, afiada, e com uma precisão mortal. Não houve necessidade de feitiçaria, não houve maldições ou encantamentos elaborados. Robert usou a lâmina com a calma de quem corta uma pétala, um gesto simples, mas que tinha um significado profundo: a morte de Victor Blackheart foi pessoal. Não foi apenas um assassinato, foi uma mensagem. Uma mensagem de que ninguém, absolutamente ninguém, estava a salvo da ambição de Robert.
O golpe foi certeiro, direto ao coração de Victor. A lâmina cortou profundamente, e o homem que um dia salvou Robert e o amou como filho caiu, inerte, em sua própria casa. Não houve palavras, não houve despedida, não houve espaço para arrependimento. Robert, com a frieza de um mestre, olhou para o corpo de seu mentor e saiu como se nada tivesse acontecido. A crueldade era total. A falta de remorso, impressionante. Como um autêntico Slytherin, ele não teve nem mesmo um segundo de hesitação.
Agora, meus queridos leitores, eu pergunto: o que faz alguém cometer tal ato? O que pode levar um homem a matar quem o criou? Muitos diriam que é o poder, a necessidade de controlar tudo e todos. Outros, talvez, apontem para o egoísmo absoluto, a visão distorcida de que ninguém pode ser maior do que ele, nem mesmo aquele que lhe deu a vida, na magia, e na confiança. Mas eu, como sempre, tenho uma visão um pouco mais íntima, mais pessoal.
Robert, meus amores, nunca foi alguém que se deixou aprisionar por laços emocionais. Ele foi treinado para ser frio, calculista e, acima de tudo, destemido. E Victor Blackheart, com toda sua sabedoria e bondade, foi apenas uma peça no tabuleiro de Robert. Uma peça que, quando não mais útil, foi descartada com a mesma indiferença com que ele destrói qualquer outro obstáculo em seu caminho.
Eu não sei o que se passava na mente de Robert naquelas horas finais, quando ele observava o corpo de Victor, mas eu posso imaginar. Um homem como Robert, com uma mente tão brilhante, deve ter sentido um certo prazer em ver o plano se concretizar. Ele foi mais longe do que qualquer outro, mais longe até do que Darliguv poderia imaginar. E, ao matar Victor, Robert se libertou de uma última amarra, de um último vínculo. Agora, ele estava sozinho, com o poder nas mãos, pronto para enfrentar o mundo.
E agora, meus caros, eu os deixo com uma reflexão. O que aconteceu naquela noite, o que Robert fez a Victor Blackheart, foi mais do que um simples assassinato. Foi uma transição, uma ascensão para o domínio absoluto. Ele não era mais um aluno, não era mais um aprendiz. Ele se tornara o mestre. O maior assassino de todos os tempos. E, por mais que tentemos entender suas motivações, o que fica claro é que, no mundo de Robert S. Winchester, não há lugar para o amor, a lealdade ou a compaixão. Apenas poder, controle e a fria certeza de que ele é, de fato, o mestre do jogo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário